* Coluna escrita em 08/11/10 - Flamengo x Atlético Paranaense - 0 x 1
Não escrevi ontem sobre o jogo para não me deixar levar pela emoção do momento como alguns. O jogo foi dramático e conseguimos quebrar um tabu de longos anos, com uma vitória que não sei ainda como veio, se por culpa do Neto e suas poucas defesas, poucas mais espetaculares, ou se por culpa do ataque de risos do Flamengo, ou pela raça de alguns jogadores que se superaram sozinhos dentro de campo.
Agora não posso acreditar num técnico que coloca em campo um volante que não marca ninguém, um ala que não joga há meses no lugar de um atacante, e um outro atacante que não corre, nem quando começa jogando, se o time estava la atrás para jogar no contra ataque. E depois ainda o técnico fica do lado do campo pedindo para o time subir ao ataque. Ta jogando para a torcida? Quer fazer média?
E vai subir ao ataque como? E depois vai chegar la na frente e manter a bola como? Com o Bruno Mineiro que se esconde do jogo? Ou com o Nieto que até domina a bola, mas tem que ter alguém pra ajudar. Enquanto o time o ajudava no primeiro tempo até ele rendeu bem, mas sozinho isolado na frente não vai fazer milagre né?
No primeiro tempo o time voltou ao velho esquema do Carpa, 4-2-3-1, pois SS colocou Guerrón pela direita e Ivan pela esquerda com Nieto centralizado. Mesmo coma ajuda dos dois meias atacantes na defesa Paulinho deixava uma avenida pela esquerda. Mas conseguimos segurar o ataque de risos do flamengo e nosso gol veio apenas num pênalti, mas poderia ter vindo em duas ou três jogadas bem armadas, com o bom apoio do Wagner Diniz e Guerrón pela direita. Pela esquerda Paulinho e Ivan batiam cabeças e pouco produziam, como sempre. E Baier no meio fez uma bela partida até cansar.
Mesmo com o esquema o time continuava a ficar la atrás e não agredia o Flamengo, da mesma forma que fez contra o Palmeiras, preferia esperar o Flamengo no seu campo e partir para o contra ataque. E por isso acho SS mais retranqueiro que o Carpa, já escrevi isso na ultima coluna e muitos acharam que eu falei que ele era retranqueiro. Não, apenas acho que é mais retranqueiro que o Carpa por causa do posicionamento do time atrás com os volantes bem perto da nossa área. Ao contrario do que fazia o Carpa adiantando a marcação para roubar a bola mais próxima do campo adversário.
No segundo tempo daí o time descambou, a pressão foi total e as substituições todas erradas. Se ele queria fechar o lado que o flamengo mais atacava bastava colocar o Marcio no lugar do Paulinho e um atacante jogando nas costas do lateral direito deles, isso com a cobertura do volante. Seria um grande golpe tático. Mas primeiro o volante que ele colocou não marcava ninguém, e depois ele preferiu tirar um atacante e colocar mais um ali para marcar. O que fez o Luxa? Colocou mais um para apoiar por ali e as bolas continuaram chegando à linha de fundo. Colocou um ala por ali para corrigir o defeito de marcação que ele mesmo criou com um volante que não marca. E muitos ainda acham que ele fez certo nos dois últimos jogos.
Depois do trinta e cinco minutos então foi tudo no “vamo que vamo” e todo mundo la atrás dando chutão para frente, ninguém tocava a bola, ninguém segurava a bola, ninguém tentava se organizar. Não entendi Olberdan em vez de Claiton? Não é isso que Claiton faz de melhor? Catimbar e chamar o jogo para si? Porque um atacante que não corre para puxar contra ataque?
Mas como disse o que importa foi a emoção do jogo e a vitória. Agora vamos continuar na briga pela Libertadores. E rezar para que o time continue se superando. Rezar para que as substituições erradas continuem não estragando tanto o time. Rezar para que a zaga do Botafogo não faça mais gols que nosso ataque. Rezar para que o Jonas não jogue contra nós, ele e mais uns dez desfalques. A vaga pode vir, mas ganhar em casa do prudente vai ser no sufoco. Podem acreditar.
Abraços
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